segunda-feira, 12 de novembro de 2018

A Copa Cidade de Natal de 1946-47

Primeiramente devemos avisar que esta competição não tem ligação com a atual Copa do Nordeste organizada pela Liga Nordeste e a CBF. Ao longo dos anos os torneios nordestinos tiveram um histórico de descontinuidade, várias competições foram realizadas e a mais longeva é a Copa do Nordeste, mas antes da mesma tivemos algumas competições que movimentaram o futebol da região, como o Torneio dos Campeões do Nordeste de 1948, os Grupos e Zonais da Taça Brasil (1959-1968), a Copa dos Campeões do Norte de 1966, o Torneio do Norte-Nordeste (1968-70) e o Torneio José Américo de Almeida Filho (1975-76).

A Copa Cidade de Natal de 1946-47 (também conhecida como Torneio Nordestino e I Campeonato do Nordeste) foi uma das primeiras competições regionais de futebol realizadas no Brasil, a segunda registrada na história da região Nordeste¹, foi organizada pela Federação Norte-rio-grandense de Futebol (FNF) para celebrar a instalação do sistema de iluminação do estádio Juvenal Lamartine em Natal-RN

A denominação oficial do torneio é incerta, o Jornal O Povo ao noticiar a competição a chamou de Torneio Nordestino, os irmãos Airton e Vágner de Farias no livro Fortaleza: história, tradição e glória (2005) chamaram a competição de I Campeonato do Nordeste, no entanto a nomenclatura mais conhecida foi a do nome dado ao troféu: Copa Cidade de Natal.

Todos os jogos foram realizados no estádio Juvenal Lamartine, que até então só recebia jogos com iluminação natural. A FNF convidou para a competição 4 clubes representando 4 estados da região: América Futebol Clube-RN (era o atual campeão potiguar), o homônimo pernambucano América Futebol Clube (Vice-campeão estadual de 1945, o então campeão Clube Náutico Capibaribe recusou o convite²), Fortaleza S. C. (Ceará) e Treze Futebol Clube-PB. O critério para a escolha dessas equipes não é claro, a única equivalência entre as equipes é que todas já haviam conquistado o seu respectivo campeonato estadual. Até o início da competição o Fortaleza possuía 11 títulos, 
era o maior campeão do estado, (embora no Campeonato Cearense de 1946, do qual seria o campeão invicto, já havia derrotado todos os seus adversários exceto o Ferroviário, com quem havia apenas empatado); o América-PE possuía 6 títulos pernambucanos e uma conquista regional¹, o América-RN possuia 9 títulos e era o atual campeão potiguar e o Treze possuía 2 títulos paraibanos.




Estádio Juvenal Lamartine em dias atuais.



O TORNEIO


Teve início no dia 13 de julho de 1946. Inicialmente foram realizadas partidas entre as equipes participantes com o intuito de selecionar os dois finalistas do torneio. As partidas aconteceram em uma semana e tiveram os seguintes resultados:


13 de julho de 1946 - América-RN 5-1 Treze-PB

14 de julho de 1946 - Fortaleza-CE 5-4 América-PE     [também reportado como 5-3]

16 de julho de 1946 - Treze 4-2 Fortaleza

18 de julho de 1946 - América-RN 1-2 Fortaleza

19 de julho de 1946 - Treze 3-0 América-PE

20 de julho de 1946 - América-RN 2-1 América-PE


A forma de pontuação da competição era a seguinte: Vitória valia 2 pontos, empate valia 1 ponto para cada equipe e derrota não somava pontos. Desta forma a classificação após todas as equipes se enfrentarem ficou da seguinte maneira:


Pos.  Equipe      Ptn        J     V    E    D   GP    GC    SG
 1º. Fortaleza      4          3     2     1    0     9      8/9    0/1
 2º. América        4          3     2     1    0     8       6        2
 3º. Treze            4          3     2     1    0     8       6        2
 4º. América-PE  0          3     0     0    3   4/5     10   -6/-7


Houve um empate entre 3 equipes e aparentemente o regulamento não previa critérios para desempate. O torneio foi paralisado por falta de datas e só veio a ser concluído em 1947. Foram realizadas duas partida de desempate entre América-RN e Treze-PB. Não se sabe por qual motivo o Fortaleza foi direto para a final, eu suponho que a FNF tenha utilizado como critério desempate a quantidade de gols marcados, como se pode observar na tabela acima América-RN e Treze ficaram empatados em todos os critérios, enquanto o Fortaleza marcou um gol a mais. Os resultados das partidas entre a equipe potiguar e a equipe paraibana foram os seguintes:


01 de maio de 1947 - América-RN 4-3 Treze-PB
04 de maio de 1947 - América-RN 1-2 Treze-PB



A equipe do Treze de Campina Grande abandonou a segunda partida aos 85 minutos de jogo, em protesto pela marcação de um pênalti para a equipe do América de Natal, dessa forma, o América foi declarado vencedor da partida.

A final da competição foi disputada em duas partidas, realizadas duas semanas após a partida entre América-RN e Treze e o
 Fortaleza se sagrou campeão ao derrotar o América-RN. 


18 de maio de 1947 - América-RN 2-2 Fortaleza
21 de maio de 1947 - América-RN 1-3 Fortaleza

O Fortaleza atuou com: 
Juju; Stenio, Jorge; Arrupiado, Torres, Carlinhos (Zé Sérgio) e Pipiu; Jombrega, França e Piolho
Técnico: Valemar dos Santos (Gavião).

O América de Natal foi a campo com:
Caçula; Zeno e Cajueiro; Ademar; Pianó e Ernani;  Dão e Nonato; Pageú, Uburuna 
(Renato) e Bianco

* Durante a final o atacante velocista Jombrega fraturou a perna. 



Após o título, o Fortaleza realizou uma excursão por Manaus-AM e realizou exibições contra clubes amazonenses no estádio Parque Amazonense, ainda em 1947. A seguir estão imagens do elenco do Fortaleza, o mesmo que havia sido campeão nordestino e bicampeão cearense.


Em pé: Dudu, Jombrega, Piolho, Juju, Arrupiado e Jorge
Agachados: Geraldo, Zé Augusto, Pipiu, França e Stenio

Em pé: Jombrega, Rodrigues, Stenio e Zé Sérgio.
Sentados: França Pipiu, Arrupiado, Carlinhos Piolho e Jorge



Jornal Correio do Ceará: matéria sobre a final da Copa Cidade de Natal

Jornal O Povo noticiando a conquista da Copa Cidade de Natal.


SOBRE O NORDESTE BRASILEIRO DE 1946


Um fato importante para salientar é a evolução da divisão regional brasileira. Atualmente o Brasil possui 26 estados e um Distrito Federal divididos em 5 regiões (Centro-Oeste, Norte, Nordeste, Sudeste e Sul), com a região Nordeste sendo formada por 9 estados: Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe, mas esta divisão sofreu muitas modificações a longo dos anos.

A primeira proposta de regionalização foi realizada em 1913 apenas para fins didáticos do ensino em Geografia, mas foi em 1936 com a criação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que surgiu uma regionalização oficial. Várias divisões foram realiadas ao longo de décadas, sendo que a atual regionalização brasileira entrou em vigência apenas em 1990.

E como estava a divisão regional em 1946?

Na época, o Brasil³ do presidente Gaspar Dutra era formado 7 regiões: Centro-Oeste, Nordeste Ocidental, Nordeste Oriental, Norte, Leste Setentrional, Leste Meridional e Sul. Neste período Acre, Amapá, Rondônia (Rio Branco), Roraima (Guaporé), e Fernando de Norronha eram Territórios Federais, não tinha governos estaduais e eram administrados pelo Governo Federal, o atual estado do Tocantins fazia parte de Goiás, o Mato Grosso do Sul também não existia, era parte do Mato Grosso e do território de Ponta Porã. Havia ainda o território de Iguaçu, hoje desmembrado entre Paraná e Santa Catarina. O Distrito Federal e capital do país estava localiado no município do Rio de Janeiro

Os estados do atual Nordeste brasileiro já estavam com as divisões atuais definidas em 1946, exceto por Fernando de Noronha que foi anexado a Pernambuco posteriormente, mas a região estava dividida de forma diferente, em 3 regiões menores: 


- Ceará, Alagoas, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco formavam o Nordeste Oriental;

- Piauí e Maranhão formavam o Nordeste Ocidental
;

- Baía (era escrito sem "h" e com acento agudo) e Sergipe formavam a região Leste Setentrional. 

Esta regionalização pode ser vista no mapa a seguir:



Divisão regional brasileira vigente de 1945 a 1950.


Desta forma, dos estados que formavam a região que o Fortaleza estava insirido apenas Alagoas não teve um representante na Copa Cidade de Natal de 1946.

A COPA CIDADE DE NATAL DE 1946 É EQUIVALENTE A COPA DO NORDESTE?

Para responder esta questão devemos analisar a evolução do futebol brasileiro. Quanto pensamos na Copa do Nordeste, em seu formato atual, entedemos que é uma competição com peso maior do que um campeonato estadual e menor em relação à Copa do Brasil e ao Brasileirão, concorda? Mas em 1946 não havia Copa do Brasil e nem Brasileirão, muito menos Sulamericana e Libertadores. O que havia era o Campenato Brasileiro de Seleções Estaduais, algo semelhante a Copa do Mundo, onde os estados montavam suas seleções e disputavam entre si o título nacional, isto servia de base para a montagem da Seleção Brasileira. A diferença é que as seleções não eram montadas com jogadores nascidos nos estados, mas por jogadores que atuavam nos clubes dos estados, no caso da seleção cearense Fortaleza, Ceará, Ferroviário, América e outros clubes cediam jogadores pra compor a seleção.

Seleção Cearense de 1956, nela estão Pipiu, Aluísio e Moésio Gomes que atuaram no Fortaleza. Pipiu foi campeão nordestino em 1947.


Aos clubes de futebol haviam apenas os campeonatos estaduais e nada mais, um raro torneio regional era o máximo que um clube poderia obter em conquista para a época, não havia algo com peso maior, vencer o estadual e o regional era ser "campeão de tudo". Desta forma a Copa Cidade de Natal, pelo pioneirismo e pela conjuntura da época, teria um peso maior do que a Copa do Nordeste tem hoje, é necessário compreender que são competições semelhantes mas em épocas bem distintas. Fato semelhante ocorre com a Seleção Uruguaia que se considera tetracampeã mundial tendo vencido apenas duas Copas do Mundo (1930 e 1950), os outros dois mundiais considerados pelos uruguaios são as Medalhas de Ouro conquistadas no Jogos Olímpicos de 1924 e 1928, competições anteriores a criação da Copa do Mundo mas sem precedentes para a época. 


Assim como a FIFA não reconhece o tetra uruguaio a CBF ainda não reconhece várias competições regionais anteriores a década de 60, que foram realizadas por todo país e que não foram organizadas por ela. Isto não anula as conquistas ou reduz o mérito dos seus vencedores. A Copa Cidade de Natal de 1946 é um marco importante para a história do futebol nordestino e brasileiro e que o Fortaleza carrega no peito desde que passou a utilizar estrelas em seu escudo.


¹ A competição regional nordestina mais antiga que se tem notícia foi o Troféu Nordeste de 1923, realizado em Maceió-AL em homenagem ao Dia do Trabalhador, que contou com a participação de 8 clubes representando 4 estados (Alagoas, Bahia, Paraíba e Pernambuco), o campeão foi o América-PE, que inclusive participou da Copa Cidade de Natal de 1946-47.

² https://futebolnacional.com.br/infobol/championship.jsp?code=0E47F2DC17A801528B29D530B8351DF0&lang=pt_br

³ Em 1946 o nome oficial do Brasil era República dos Estados Unidos do Brasil.


 Parece ridículo, mas foi por causa dessas divisões regionais antigas que os clubes maranhenses e piauienses não participaram da Copa do Nordeste até a edição de 2015.


REFERÊNCIAS:

FARIAS, A.; FARIAS, W. Fortaleza, história, tradição e glória. Fortaleza: Livro Técnico, 2005.  




domingo, 8 de outubro de 2017

O Fortaleza nas semifinais de Campeonato Brasileiro - Parte 1

Ontem, 7 de outubro de 2017, o Fortaleza realizou a sua 9ª partida válida por uma semifinal de Campeonato Brasileiro, é o único clube do país a disputar semifinais nas séries C, B e A (Taça Brasil) e em todas avançou para a final. Vamos relembrar como aconteceram cada uma destas partidas em uma série de postagens que vou realizar aqui no blog e nesta vamos tratar da semifinal do Campeonato Brasileiro de 1960.

Semifinal do Campeonato Brasileiro de 1960 - Fortaleza E. C. x Santa Cruz F. C.

Originalmente denominado II Taça Brasil, as semifinais da competição daquele ano foram disputadas entre Fortaleza E. C. x Santa Cruz F. C. e S. E. Palmeiras x Fluminense F. C.. Fortaleza e Fluminense chegaram para a fase final como Campeões do Norte e Sul do Brasil. Os representantes dos estados de São Paulo e Pernambuco entraram direto na fase final da competição, isto aconteceu devido ao antigo Campeonato Brasileiro de Seleções Estaduais, onde as seleções paulista e pernambucana haviam sido campeã e vice, respectivamente, no ano de 1959.  

O Fortaleza sagrou-se Campeão do Norte, depois de derrotar o S. C. Bahia  na decisão do Norte-Nordeste, então campeão brasileiro e na semifinal enfrentou o Santa Cruz.

Jogo de Ida 

As informações sofre este jogo são escassas. A partida ocorreu em Recife-PE, no Estádio dos Aflitos (o Estádio do Arruda só seria inaugurado em 1972), no dia 16 de novembro de 1960, quarta-feira. O resultado da partida foi um empate em 2x2, os gols do Santa Cruz foram marcados por Murilo e Lua.

O Santa Cruz foi a campo com: Agostinho, Roberto e Murilo; Múcio, Luizinho e Labor; Hamilton, Gildo, Lua, Bita e Elmano. 
Pelo Fortaleza atuaram: Célio, Toinho, Valter Vieira, Bececê e Benedito sobre o comando técnico de França.

Não encontrei os marcadores dos gols do Fortaleza, o restante do time e o técnico do Santa Cruz.

Jogo de Volta

Fortaleza e Santa Cruz voltaram a se enfrentar na capital cearense na quarta-feira seguinte, no dia 23 de novembro de 1960, no Estádio Presidente Vargas, a maior praça esportiva do estado na época, segue a ficha técnica da partida:

Fortaleza E.C. 2x1 Santa Cruz F.C.
Local: Presidente Vargas - Fortaleza-CE
Renda: Cr$ 1.000.000,00
Juiz: João Etzel Filho
Gols: Bececê e Benedito (FEC) - Nilsinho (SCFC)
Fortaleza: Pedrinho, Mesquita e Sanatiel; Toinho, Célio e Renato; Zé Raimundo, Walter Vieira (Moésio), Bececê, Charuto e Benedito.
Santa Cruz: Agostinho; Dodô e Nagel; Múcio, Luiz e Nenzinho; Gildo (Caboclo), Nilsinho, Lua, Biu e Elmano. Técnico: Ricardo Diaz

Conforme relatado no Jornal O Povo, a torcida lotou as arquibancadas de madeira do antigo PV. Foi uma noite memorável, o atacante Nilsinho abriu o placar para o Santa Cruz aos 37' do 1ª tempo, o Fortaleza só  conseguiu a reação no segundo tempo, Nagel tocou a bola com a mão na grande área e o árbitro João Etzel assinalou pênalti para o Fortaleza, que foi convertido pelo artilheiro da II Taça Brasil, Bececê. O gol animou a equipe do Fortaleza, a virada veio dos pés de Benedito que chutou "com classe e categoria" de fora da área, aos 5 minutos do segundo tempo.  Após o término da partida o elenco leonino deu uma volta olímpica no gramado, onde foi bastante aplaudido, recebendo a consagração da massa tricolor pelo esforço e pela conquista. Com esta vitória o Fortaleza garantia o título de Vice-campeão e colocava um badget  na faixa de Campeão do Norte ao derrotar os campeões pernambucanos. Esta semifinal foi a única participação do Santa Cruz na Taça Brasil.

Matéria do Jornal O Povo sobre a partida.

O Goleiro do Fortaleza: Pedrinho Simões



Elenco do Fortaleza na temporada de 1960



sexta-feira, 12 de junho de 2015

O primeiro Hino do Fortaleza E. C.

Diferente do atual hino que todo torcedor do Fortaleza conhece e canta nos jogos, o primeiro hino do Fortaleza E. C., foi por bastante tempo colocado de lado e por pouco não foi totalmente esquecido. A informação que tive acesso foi de que havia apenas um único disco com gravação do áudio deste hino, que pertencia a um arquivo pessoal que foi redescoberto e digitalizado. O hino foi composto em 1959 pelo cantor e compositor cearense José Jatahy. Segue a letra que encontrei pela internet e o áudio.

Campeão, campeão
Salve o Tricolor de Aço
Azul, branco, encarnado
Suas cores são glórias do passado
São as cores do meu clube, que beleza
Aquela camisa, Fortaleza 
És da praça, todo mundo tricolor
És na vida, todo tempo, toda dor 
És no parque, toda a gente a delirar
E cada gente mais se admirar 
Em cada fileira tens um homem de valor
Vamos pra vitória, Fortaleza, Tricolor.
Campeão! Ô campeão...

Como o hino esteve esquecido, é muito antigo, não tem uma fonte oficial da letra e o áudio é um tanto ruim, eu tenho dúvidas se alguns trechos da letra do hino estão corretos. Com esforço, eu creio que corrigi alguns trechos, a letra ficou assim:


Campeão, campeão
Salve o Tricolor de Aço
Azul, branco, encarnado
Suas cores não conhecem o fracasso
São as cores do meu clube, que beleza
Aquela camisa, Fortaleza 

És da praça, todo tento tricolor
És na vida, todo tempo, toda dor
És no parque, em toda gente a delirar
E cada vez eu mais me admirar

Em cada fileira tens um homem de valor 
Vamos pra vitória, Fortaleza, Tricolor.
Campeão! Ô campeão...








sexta-feira, 29 de maio de 2015

O amistoso contra o carrasco de times brasileiros, o Club Atlético Boca Juniors

Em 2010 o Fortaleza conquistou pela primeira vez em sua história o tetracampeonato estadual. Depois de vencer seu maior rival pelo placar mínimo no primeiro joga das finais e perder no segundo por 2x1 , a decisão do título, pela primeira vez na história do certame estadual, foi decidida nos pênaltis, onde foi consagrando o tetracampeonato do Tricolor de Aço e para entregar as faixas o Fortaleza trouxe para um amistoso o tricampeão do mundial de clubes, hexacampeão da Taça Libertadores da América e carrasco dos clubes brasileiros em competições internacionais, o Club Atlético Boca Juniors da Argentina.

A partida foi realizada na tarde do dia 29 de maio de 2010, sábado, no estádio Castelão. Com uma equipe já bem diferente da que foi tetracampeã estadual, o Fortaleza apresentou um futebol melhor organizado e venceu a equipe argentina pelo placar de três gols a um. A equipe do Boca Juniors apresentou uma forte marcação na primeira etapa, onde o Fortaleza demonstrou pouca criatividade no meio-campo, os argentinos não hesitaram em dar carrinhos durante o jogo, mostrando que levavam a partida a sério.

O Boca Juniors iniciou a partida jogando no erro do Fortaleza. Foi com essa estratégia que Acosta ganhou na dividida de Ricardo Baiano, passou por Turatto e chutou, mas a bola bateu na rede, pelo lado de fora.

Demonstrando falta de entrosamento, os jogadores do Leão do Pici recuavam a bola sem o devido cuidado e os homens do Boca pegavam a sobra, mas não aproveitavam como deveriam. No primeiro tempo a principal chance do Fortaleza veio quando Paulo Isidoro tabelou com Jonhes, que penetrou na área, mas chutou prensado com a zaga e o goleiro Martinez defendeu sem grandes dificuldades.

Pelo Boca o atacante Acosta, 34 minutos, passou por Ricardo Baiano e por Bruno de Jesus, chutou e o goleiro Fabiano praticou a defesa.

No segundo tempo as equipes mudança tanto de postura quanto de uniforme, o Fortaleza que iniciara a partida com seu uniforme tradicional tricolor, volto ao grama com o segundo uniforme branco, já o Boca Juniores que iniciou a partida com seu segundo uniforme, na cor branca, retornou com o seu tradicional uniforme azul e amarelo . O técnico tricolor Zé Teodoro realizou substituições, o que melhorou o desempenho do Fortaleza, ele sacou um volante, Coquinho, para colocar em campo o atacante, Reginaldo Júnior. Com isso, Paulo Isidoro, que jogava de costas para a defesa, veio para a sua posição original, conduzindo a bola para a tabela com os atacantes. O Boca passou a adotar uma postura mais ofensiva e o jogo se tornou agradável de se ver.

Aos 12 minutos, Bruno de Jesus fez um passe para Reginaldo Júnior, que entrou pelo meio, chutou rasteiro e abriu o placar. Aos 22 minutos Saavedra pegou uma bola mal rebatida pela zagado Fortaleza, chutou de fora da área e empatou a partida. O gol da vitória veio através de um cruzamento de Alex Gaibu para Johnes que mergulou na bola, fazendo 2x1. O Fortaleza ainda ampliou o placar aos 47 minutos de pênalti, Gaúcho cobrou o placar em 3x1 para o Leão.

Curiosidades: Nesta partida o Boca Juniors estava sem seus principais jogadores dentre eles Riquelme, Ibarra, Lucas Viatri, Cristian Gimenez e Matin Palermo, que estava com a seleção argentina que se preparava para a Copa do Mundo de 2010. Três dias antes o Boca Juniors havia enfrentado o ABC F.C. em Natal-RN , quando também foi derrotado por 2x1.

Equipe do Fortaleza que disputou a partida.

A equipe do C. A. Boca Juniors.



Reginaldo Júnior comemora após abrir o placar.


Par de canhotos de ingressos da partida que davam acesso ao anel superior do antigo Castelão    (frente e verso).


A equipe do Boca Juniors entrega as faixas de tetracampeão aos jogadores do Fortaleza.



Vídeo da partida completa.



AMISTOSO INTERNACIONAL EM COMEMORAÇÃO À CONQUISTA DO TETRACAMPEONATO CEARENSE EM 2010
FICHA TÉCNICA


FORTALEZA ESPORTE CLUBE



3x1

CLUB ATLÉTICO BOCA JUNIORS




Público pagante: 7.997 (Total 9.015)
Renda: R$ 97.289,00
Local: Estádio Governador Plácido Castelo (Castelão), em Fortaleza (CE).
Data: 29 de maio de 2010, sábado.
Horário: 17 horas (de Brasília).                                                                                    

Árbitro: Francisco Luzimar Siqueira - FCF (Ceará)
Assistentes: Antonio Alber de Brito Vieira – FCF e Carolina Romanholi Melo- CBF (Ambos do Ceará)     

4º Árbitro: Gleysto Gonçalves (Ceará)   
Observador: Manoel Moita (Ceará)
Cartões amarelos: André Turatto, Bruno de Jesus, Ricardo Baiano e Régis (Fortaleza); Perez, Ruiz, Santagati, Flores e Fernandez (Boca Juniors).
Cartão vermelho: Perez (Boca Juniors).               

                                                                        
Gols:
FORTALEZA: Reginaldo Júnior aos 12 minutos, Jonhes de peixinho aos 35 minutos e Gaúcho de pênalti aos 47 minutos do segundo tempo.
BOCA JUNIORS:
Saavedra aos 22 minutos do segundo tempo.



FORTALEZA: Fabiano; Peter, Leomar, André Turatto, Guto; Ricardo Baiano (Régis), Bruno de Jesus (Leandro), Coquinho (Reginaldo Júnior), Bismarck (Alex Gaibu); Jonhes e Paulo Isidoro (Gaúcho).  
Técnico: Zé Teodoro.


BOCA JUNIORS: Martinez; Villafañe, Perez, Ruiz (Flores), Santagati; Mazzola (Fernandez), Alfonso, Sachez Nino (Cabrera), Cañete; Kuszko (Saavedra) e Acosta (Philippe).
Técnico: Oscar Regenhardt

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Alcides Santos, o fundador do Fortaleza E. C.

Alcides de Castro Santos (1889-1971) nasceu na cidade de Maranguape-CE, filho do político e professor Agapito Jorge dos Santos, foi um notável comerciante, fundou diversas empresas no Ceará e foi o primeiro representante da Ford Motor Company no Brasil, foi o fundador da  Sociedade Cearense de Filatelia e Numismática, comprou e doou ao Fortaleza E. C. o campo do Alagadiço (próximo a a onde hoje está a Paróquia de São Gerardo em Fortaleza-CE), construiu o Campo do Prado, onde hoje está o localizado o Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Ceará - IFCE (antigo CEFET e Escola Técnica), o Estádio Municipal Presidente Vargas e a sede da Federação Cearense de Futebol - FCF (também fundada sob liderança de Alcides Santos em 23 de fevereiro de 1920, o nome original era Associação Desportiva Cearense - ADC). Foi Alcides Santos que trouxe o primeiro atleta de fora do estado para jogar no futebol cearense, Nelsindo, em 1919. Também foi nadador, ciclista (correu por duas vezes Le Tour de France) e foi atleta de remo do C. R. Flamengo, quando morou no Rio de Janeiro com o pai, deputado federal (na época a cidade do Rio de Janeiro era a capital federal do Brasil).

Quando jovem estudou na Europa, onde apaixonou-se pelo futebol e ao retornou a capital alencarina fundou um clube denominado Fortaleza, já extinto e distinto do atual Leão do Pici. Em 1915 fundou o Stella Foot-Ball Club, clube também extinto e com estreita ligação com o Fortaleza E. C., que veio a ser fundado em 18 de outubro de 1918, por Alcides Santos na companhia de Oscar Loureiro, João Gentil, Pedro Riquet, Walter Olsen, Walter Barroso, Clóvis Moura, Jayme Albuquerque e Clóvis Gaspar, dentre outros.


Alcides de Castro Santos (1889-1971)


Em 1958, quando o Fortaleza E. C. completou 50 anos o jornalista, radialista, apresentador e colunista do jornal O Povo, Alan Neto, realizou uma entrevista com o senhor Alcides Santos que, além de fundador, dá nome ao estádio-sede do clube. Nessa entrevista foram abordados alguns fatos e curiosidade sobre a história do Tricolor do Pici. Segue abaixo a entrevista na íntegra retirada do site do Jornal O Povo.


por Alan Neto
Aos 79 anos, a memória de Alcides Santos é espantosa. Ele voltou ao passado, com a facilidade de quem vive o presente. Ao repórter Alan Neto contou tudo sobre o Fortaleza.



Alcides Santos viu o Fortaleza surgir e completar meio século.



O velho coração do venerando Alcides Santos, com 79 anos de idade bem vividos e aproveitados, por certo sentirá uma rajada de alegria maior do que a de todos os tricolores vivos, se a face do Ceará, quando os fogos espoucaram no ar hoje pela manhã, anunciando o jubileu de ouro do Fortaleza Esporte Clube. Com razão de ser diga-se de passagem. Foi ele quem viu o Fortaleza nascer, engatinhar, dar os primeiros passos e crescer. Antes de se rotular oficialmente com o nome de “Fortaleza” chamou-se “Stella”, três anos antes do dia 18 de outubro de 1918.



Alcides Santos, apesar de beirar os 80 anos de idade, trabalha intensamente - em dois expedientes na Ford - enquanto à noite gasta horas e horas dedicando o tempo a sua coleção de selos e moedas, seu passatempo predileto. Ele é um dos maiores colecionadores do Brasil e foi, igualmente, associado da Sociedade Cearense de Filatelia e Numismática. Levanta-se geralmente às 5 horas da manhã para fazer a barba e “rever a minha coleção”. Já foi aconselhado pelo seu médico particular a parar um pouco as atividades, discordando de pronto. “Levo essa vida há muito tempo. Estancá-la de repente, isso eu não farei. Vou parando-a gradativamente. Não sei ficar na ociosidade”.



HOMENAGEM À CAPITAL

Em linhas gerais essa é a atividade diária do fundador do Fortaleza. Foi dele que partiu a ideia de transformar o “Stella” em “Fortaleza” para homenagear a capital cearense. E justifica: “Já havia àquela época Ceará e o Bangu em plena atividade. Eram os mais poderosos times do futebol cearense. Resolvi em combinação com o Humberto Ribeiro, Walter Olsen, João Gentil, Bruno Menescal, Oscar Loureiro, Mario Petter, transformar o “Stella” em Fortaleza, naturalmente com o concorde dos demais pares. O nome “Stella”, é bom que se frise, surgiu em face de um grupo de estudantes cearense, que havia se radicado por muito tempo na Europa e eram chamados de o grupo “Stella”. O Fortaleza desde aquela época sempre foi um clube de elite, razão por que era antipatizado. Mas o “Stella” ficou nas estrelas de sua bandeira”.

EXTRAORDINÁRIO GOLEADOR

Alcides Santos volta ao passado, 50 anos atrás, com uma rapidez meteórica. Sua memória é clara. Não tropeça em nada, até mesmo nos detalhes mais minuciosos e importantes. É simplesmente impressionante para um homem aos 79 anos de idade recordar com tanta facilidade coisas que a voragem do tempo se encarregou de tanger para longe. “Para mim foi como se fosse ontem. Trago na lembrança fincadas as melhores recordações do meu querido Fortaleza”.

FRANÇA ETERNA

As cores da camisa do Fortaleza (vermelho, branco e azul) foram também sugeridas por Alcides Santos, “em homenagem à bandeira da França, para mim a mais bonita de todas. Para mandar confeccioná-las, tive que ir a São Paulo especialmente com essa finalidade. Não estou exagerando ao dizer que ela fez autêntico furor, principalmente para a torcida feminina do Fortaleza, composta de moças da nossa melhor sociedade e que, àquela época, frequentavam o Estádio, dando um colorido todo especial aos espetáculos futebolísticos. Havia muito respeito à presença feminina”.



O Fortaleza nasceu no dia 18 de Outubro de 1918, há 50 anos, onde hoje funciona a Faculdade de Jornalismo e onde até bem pouco tempo funcionou a Faculdade de Farmácia e Odontologia, rua Barão do Rio Branco entre Pedro Pereira e Pedro I.



O maior jogador que o fundador do Fortaleza viu em ação foi Humberto Oliveira, centroavante do time tricolor no primeiro campeonato oficial levado a efeito em 1920, cujo título ficou em nosso poder. “Foi uma estreia auspiciosa. Depois de levantarmos o campeonato de 1920, fomos bicampeões em 1921 e só não fomos tri em 22 porque o juiz resolveu nos garfar, dando o título ao Ceará. Em 23 e 24 fomos novamente bicampeões e daí para a frente o Fortaleza conseguiu amealhar títulos, uns atrás dos outros”.



O PRIMEIRO CAMPEÃO



A memória de Alcides Santos vai muito além da expectativa, deixando o redator dessas notas estupefato. Numa folha de papel almaço ele começou a escrever rapidamente o primeiro time campeão do Fortaleza, no 1º campeonato oficial realizado no Ceará em 1920. Ei-lo: Quinderé; Meton e Riquet, João Gentil, Lúcio e Petter; Clóvis Moura, Arthur, Humberto Oliveira, Juracy e Pontes.
Em 1921 com pequenas modificações, o Fortaleza foi bicampeão. A formação era a seguinte: Petter, Moacir e Riquet, Djalma; Lúcio e Osvldo, Clóvis Moura, Artur; Humberto Oliveira, Juracy e Clodomir Gaspar.

Alcides Santos quando concedeu a entrevista.

Alcides Santos, o sexto da esquerda para direita, em seu ambiente de trabalho.


Alguns dos fundadores do Fortaleza.



A matéria original publicada pelo Jornal O Povo.


REFERÊNCIAS:

DESCONHECIDO. Alcides Santos, Fundador do Fortaleza. Disponível em: <http://fortalezaec.net/AlcidesSantos>. Acesso em: 18 maio 2015.

FARIAS, A.; FARIAS, W. Fortaleza, história, tradição e glória. Fortaleza: Livro Técnico, 2005.  

__________.  Fortaleza - História, tradição e glória. Fortaleza: Armazém da Cultura, 2014.

ALAN NETO,. O POVO reedita entrevista do fundador do Fortaleza, Alcides Santos, quando o clube completou 50 anos. Disponível em: <http://esportes.opovo.com.br/app/esportes/clubes/fortaleza/2014/10/19/noticiasfortaleza,2852907/o-povo-reedita-entrevista-do-fundador-do-fortaleza-alcides-santos-q.shtml>. Acesso em: 18 mai. 2015.

segunda-feira, 11 de maio de 2015

40x Fortaleza!

Depois de um jejum de 4 anos a torcida do Fortaleza E. C. voltou a comemorar! O título de Campeão Cearense de 2015 deu novo alento para a massa tricolor, que a bastante tempo vinha sendo mau tratada com os repetitivos insucessos dos clube. Este título teve um gosto especial, o seu maior rival o Ceará S. C. era o atual tetracampeão cearense, acabara de se sagrar campeão da Copa do Nordeste de 2015 quatro dias antes da partida decisiva e era favorito a levar o pentacampeonato cearense, mas além desses ingredientes o fator extra campo teve papel marcante, o Fortaleza por cinco dias foi excluído do campeonato e rebaixado para a segunda divisão estadual por ter ido a Justiça Comum reivindicar o título do Campeonato Cearense de 2002, que lhe daria a acunha de Hexacampeão Cearense, sequenciando os títulos de 2000-01-02-03-04-05, esse fato aconteceu já no período das semifinais, mas o caso acabou se tornando improcedente, aliado a isto parte dos jogadores do alvinegro durante os clássicos daquele ano e até mesmo em momentos em que o Fortaleza não possuía ligação nenhuma demonstraram falta de respeito ao tricolor, com suas comemorações de deboche para a torcida tricolor ou como fez o atacante Magno Alves ao mandar o Fortaleza,em tom de arrogância, "se cuidar" para a final do cearense. O Fortaleza fez uma boa campanha no estadual onde venceu 10 partidas, empatou 6 vezes e foi derrotado em duas. Nesse campeonato aconteceu a quebra do tabu no Clássico-rei, o Fortaleza não vencia o seu arquirrival desde o Campeonato Cearense de 2012, de lá até a primeira vitória em 2015 haviam se passado 13 clássicos. Nas finais o Ceará, por ter feito melhor campanha, tinha a vantagem de jogar por dois resultados iguais para ser campeão, mas o Fortaleza venceu a primeira partida pelo placar de 2x1, passando a ter a vantagem de jogar pelo empate para ser campeão. Na partida decisiva veio o empate, mas em um jogo emocionante! O Fortaleza abriu o placar no primeiro tempo com um golaço marcado por Daniel Sobralense, que driblou dois defensores ao "chapelar" o volante alvinegro João Marcos e chutar para o gol sem deixar a bola cair. No segundo tempo o Fortaleza ficou com um homem a mais aos 20 minutos, quando o volante William Correia recebeu o segundo cartão amarelo e foi expulso. O Fortaleza passou a dominar a partida tendo chances de ampliar o placar, mas aos 38 minutos o meia Ricardinho arriscou um chute de fora da área e goleiro Deola aceitou, 1x1 e para completar, aos 45 minutos, o atacante Assisinho, ex-Fortaleza, virou o jogo para o Ceará. Eu que estava presente confesso que neste momento perdi minhas esperanças, mesmo com um a mais os acréscimo pareciam não serem suficientes para reverter a situação, mais foram! Ao bater o centro o Fortaleza foi ao ataque em uma daquelas jogadas aflitas pós-gol que geralmente não dão em nada... Daniel Sobralense pôs a bola em jogo com Cassiano que passou para Correa, que tocou a bola para Wanderson, que de fora da área cruzou na cabeça de Tinga, que quase na pequena área ajeitou para Cassiano marcar o gol do título e trazer alegria para a nação tricolor. E assim o Fortaleza alcançou o seu quadragésimo título estadual, acabando com as esperanças do pentacampeonato alvinegro e retomando a hegemonia do futebol estadual.

A campanha de 2015 teve os seguintes resultados:

Primeira Fase:
Quixadá F. C. 0x0 Fortaleza E. C.
Fortaleza E. C. 3x2 A. D. São Benedito
A. D. R. C. Icasa 2x0 Fortaleza E. C.
Fortaleza E. C. 1x1 Horizonte F. C.
Fortaleza E. C. 0x0 Quixadá F. C.
A. D. São Benedito 1x5 Fortaleza E. C.
Fortaleza E. C. 1x0 A. D. R. C. Icasa
Horizonte F. C. 1x3 Fortaleza E. C.

Segunda Fase:
Fortaleza E. C. 1x1 Maranguape
Guarani E. C. 0x1 Fortaleza E. C.
Fortaleza E. C. 0x1 Ceará S. C.
Fortaleza E. C. 2x1 Ceará S. C.
Maranguape 0x5 Fortaleza E. C.
Fortaleza E. C. 2x0 Guarani E. C.

Semifinal
A. D. R. C. Icasa 1x2 Fortaleza E. C.
Fortaleza E. C. 0x0 A. D. R. C. Icasa

Final
Fortaleza E. C. 2x1 Ceará S. C.
Ceará S. C. 2x2 Fortaleza E. C.


Vídeo com os melhores momentos da final do Campeonato Cearense de 2015.



Foto do time campeão cearense de 2015. Nesta imagem está ausente o volante Vinícius Hess que atuou na partida decisiva.


O volante Vinícius Hess.


Nedo Xavier, primeiro técnico do Fortaleza E. C. no Campeonato Cearense 2015, foi demitido após ser derrotado no primeiro clássico do campeonato.


Marcelo Chamusca, o técnico que substituiu Nedo Xavier. quebrou o tabu e levou o Fortaleza E. C. ao título.

Jogadores, comissão técnica e diretores dividem a taça com a torcida.